Todos os anos, enchentes tomam conta das cidades brasileiras trazendo danos a propriedades, interrompendo o trânsito e, muitas vezes, arrastando veículos. Neste ano, as fortes chuvas que
atingem Belo Horizonte e todo o estado de Minas Gerais alagaram muitas ruas e avenidas, além de danificar muitos veículos. Em situações assim, muitas são as dúvidas que surgem a respeito das coberturas dos seguros de automóvel.
A maioria dos seguros auto tem cobertura de avarias causadas por catástrofes naturais desde 2004, como é o caso da enchente. A norma faz parte de uma Circular da Susep (Superintendência de Seguros Privados) que impõe esta cobertura a todos os planos básicos de seguros contra incêndio e roubo. Contudo, é preciso estar atento às particularidades da apólice contratada para não ter
problemas. Segundo a FenSeg, o segurado não tem direito a acionar o seguro em casos de danos provocados por enchentes quando tiver contratado apenas o seguro de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF) ou a cobertura de roubo e furto. Além disso, caso a seguradora comprove que o motorista se arriscou diante de vias alagadas e o dano do automóvel foi maior que o esperado por insistir em passar na enchente, há risco de perda parcial ou total da cobertura.
Acionar sua corretora após o carro ficar em enchentes é a primeira providência que o segurado deve tomar, uma vez que é de responsabilidade da seguradora recolher o veículo e levá-lo para uma oficina credenciada ou de escolha do segurado para reparo, se for possível. Uma vistoria realizada pela seguradora vai detectar se há possibilidade de reparo e qual é o custo.
Se este for maior do que 75% do valor contratado, é considerado que o veículo teve perda total e será indenizado o valor integral. Algumas seguradoras cobrem, além dos consertos, limpeza e higienização do veículo.
Algumas dicas para não prejudicar seu carro em caso de enchente:
- Não tente dar a partida no veículo se ele “morrer” ou se o motor for atingido pela água, e mantenha o ar-condicionado do veículo desligado. Com esses procedimentos, evitase danos ao motor;
- Nos carros equipados com transmissão automática, a troca de marchas deve ser feita manualmente, selecionando a posição “1”. Dessa forma, o veículo não desenvolve tanta velocidade e é possível imprimir uma rotação maior ao motor;
- Evite atravessar vias inundadas, pois elas podem conter buracos ou outros obstáculos encobertos pela água, além de existir a possibilidade de aquaplanagem. Também há o perigo de o veículo flutuar e ser arrastado pela enxurrada, o que coloca em risco a segurança do motorista e de seus acompanhantes;
- Quando dirigir sob chuva forte, mantenha uma distância segura do veículo da frente para evitar possíveis batidas;
- Sempre faça a revisão nos freios – o fluido de freio deve ser substituído conforme as recomendações do fabricante: em geral, o intervalo entra as trocas é de 40 mil quilômetros.